Durante o bate-papo Vlad fala sobre intercâmbios e como trabalhar com bandas internacionais no Brasil. Já Domingues enfatizou a importância de uma rede de cultura integrada como a do Circuito Fora do Eixo , formação de coletivos e de como trabalhar com editais públicos.
Após o bate-papo, aconteceu à festa de lançamento do festival no tradicional bar Era só o que faltava com as bandas Rosie and Me, Delta Cokers e Folhetim Urbano, todas de Curitiba.
1º dia – Chuva, frio e bons shows marcam o primeiro dia.
Por Marcelo Domingues.
Com meia hora de atraso devido a intensa chuva que não parava de cair na capital paranaense começa a maratona de shows, com destaques para Liquespace, Beto Só, Hotel Avenida e Nevilton.
A prata da casa Liquespace abriu o festival, com ótimos músicos na formação da banda que inclui até um “baixista-DJ-acordeonista” que tocava os instrumentos e soltava as programa
ções quase ao mesmo tempo, a banda destilou músicas como “Enchente” e “Mulata em chamas” do 1º CD da banda, intitulado Cidade Estrangeira, numa mistura de rock, música eletrônica e acordeon, a banda foi uma grata surpresa na primeira noite do De Inverno.
Em seguida outra curitibana, a Pão de Hambúrguer influenciada por ícones do rock brazuca dos anos 70 como O Terço, Peso e Mutantes, mostrou o lado mais rock‘n’roll da noite.
A novata Hotel Avenida possui em sua formação veteranos da cena musical de Curitiba. Desfilando ótimas músicas como “Deserto” e “Não sou um bom lugar” que vão do psicodelismo ao um folk acelerado, a banda comandada por Ivan Santos (ex-OAeOZ) e o carismático Giancarlo Rufatto revelou a que veio
arrancando os primeiros coros cantados pelo já bom público presente no festival.
Dai para frente a coisa começou a esquentar. Nevilton (natural de Umuarama e a única representantedo interiordoestado) subiu ao palco, com show sempre eletrizante, interatividade com publico, os três “caipiras brutos” botou todo mundo para dançar fazendo que o frio fosse embora de uma vez por toda.
A próxima banda a entrar no palco seria o Diedrich e Os Marlenes, mas por algum motivo uma mudança de ultima hora inverteu a programação e quem subiu foi a paulistana 3 Hombres, também formada por veteranos da cena rocker como o baixista Ronaldo Passos (Inocentes) e Jair Marcos (Fellini) mostrou novas e velhas canções. A banda só pecou no tempo de apresentação que extrapolou os 40 minutos colocados pelo festival transformando-se num show um
pouco cansativo.
Pelebroi AA Força ou Beijo Não Sei? Diedrich e Os Marlenes é a junção de membros de duas clássicas bandas de Curitiba, Pelebroi Não Sei? e Beijo AA Força, a primeira soava punk e segunda poética, e com junção das duas nesse novo projeto de Oneide e Luiz Ferreira uma coisa agora é certa nos shows - diversão, polgo e literatura de balcão.
Para fechar a primeira noite de festival, o brasiliense Beto Só fez um show surpreendente tocando músicas de seus dois Cds “Lançando Sinais -
2º dia – Festa e emoção no segundo dia de Rock DeInverno.
Por Fernando Rosa
A segunda e última noite do festival “Rock de Inverno” repetiu a qualidade musical da primeira noite e esquentou ainda mais o palco e o ambiente da ampla e confortável casa John Bull Music Hall. Com mais público do que na véspera, natural por se tratar de um sábado, a seqüência de apresentações ampliou a vitrine do rock local, a principal razão da existência do festival desde a sua criação. Um trabalho valorizado pela curadoria da dupla Ivan Santos & Adriane Perin, e também pelo exemplar desempenho do técnico e coordenador de palco Luigi Castel, ágil, competente e gentil com as bandas que passaram pelo palco do evento.
Principal atração da noite, a esperada e clássica Fellini correspondeu à expectativa do público, mesmo os mais jovens, com um show com pegada, guitarras abertas e no talo, frescor e, claro, um desfile de “hits” indies, a começar por “Rock Europeu”. A banda apresentou-se com a formação original, incluindo Thomas Pappon em férias no Brasil (atualmente ele vive em Londres), Cadão Volpato, Jair Marcos e Ricardo, além da luxuosa presença do baterista Clayton Martins. Um show emocionante para os fãs da banda, um dos principais expoentes do rock alternativo brasileiro quando isso era algo muito distante do que assistimos atualmente.
As bandas locais, por sua vez, traduziram a riqueza musical da capital paranaense, historicamente um doscentros roqueiros mais importantes do país, desde os anos sessenta. Com um dos melhores shows dofestival, a banda Mordida mostrou uma brilhante presença de palco, inventividade pop, grandes canções e riqueza instrumental, tendo a frente o guitarrista e cantor Paulo H de Nadal. Antes mais voltada para a orientação “jovemguardista”, a banda evolui para climas mais modernos, coloridos e viscerais, que conquistaram a platéia desde o primeiro acorde.
Ruído/mm confirmou os comentários positivos que vem recebendo na mídia independente, com um set instrumental climático, mas também pesado, comandado por quatro guitarras execpcionais.
Koti e Os Penitentes também fez um show divertido, com timbres e letras legais; enquanto Heitor e Banda Gentileza, que abriu a noite, mostrou que se pode transitar entre o rock e a mpb sem clonar Los Hermanos. A dupla/casal Je Revê Toi introduziu o eletro-rock na cesta de gêneros musicais oferecida pelos curadores.
Um show a parte, a paulista Lestics fechou o festival com sua requintada musicalidade, que aos poucos vai chamando a atenção da mídia especializada e do público. No repertório da apresentação, um set com seus principais temas - criados pela dupla Olavo Rocha e Umberto Serpieri – marcados por uma emocionante qualidade musical e poética. Canções como “Velho”, por exemplo, trazem a marca dos autores que buscam produzir arte e traduzir seu tempo, sem preocupar-se com velhos ou “novos” mercados.
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