15 de nov. de 2010

Os futuros do livro

Essa vai para os Quixotes e cavaleiros errantes loucos pela leitura. O II Fórum de Cultura Digital Brasileira teve entre suas pautas da segunda-feira, 15 de novembro, Os futuros do Livro, com uma mesa redonda composta por Bob Stein (Institute for the Future of The Book) e Gisele Beiguelman, professora da PUC/São Paulo e diretora artística do Instituto Sérgio Mota.

Entre as provocações, Bob Stein apresentou novas possibilidades de leitura, como uma cena do primeiro ato da tragédia de Macbeth, Shakespeare, contemporaneizada através de uma narração acompanhada de efeitos sonoros como o vento e a chuva, jogos de imagens e interatividade com o leitor.

Para Stein, as novas mídias não quebram a visão sobre o livro, mas possibilitam formas futuras de leitura muito mais no jogo da cultura que se atualiza a todo momento do que as publicações tradicionais. Durante as discussões, foi levantado que, se na cultura impressa o meio e a mensagem se relacionam diretamente, na cultura digital a "interface" é o maior elo com a mensagem.

Já Gisele Beiguelman, após uma contextualização histórica sobre o livro, questionou qual máquina de leitura permite maior diálogo com o mundo em que vivemos. Para ela, a cultura digital transcende os meios materiais (como a troca do papel pela tela do computador) e alcança as esferas econômicas e simbólicas.

A palestrante citou a obra El ingenioso Don Quixote de la Mancha e o momento em que sua biblioteca é queimada para que os monstros que o afligem possam ir embora. Ela retomou o clássico afirmando que é imprescindível pensar o livro em um âmbito mais amplo que sua ergonomia, já que, assim como na obra de Cervantes, a falta dos livros em mãos não foi suficiente para conter o personagem e seus devaneios.

Segue um vídeo, apresentado por Gisele Beiguelman, para atentar que não se pode mais falar apenas em mundo da leitura sem o paralelo da leitura de mundo na era digital:



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